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Lula deve continuar preso, decide o presidente do
TRF-4, Thompson Flores.
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Militantes fazem ato em frente à sede da PF em Curitiba,
onde Lula está preso, neste domingo (8).
Publicado originalmente no site Huffpost Brasil, em 08/07/2018
Presidente do TRF-4 decide que Lula deve continuar preso
Thompson Flores manteve decisão de Gebran Neto, relator da
Lava Jato no TRF-4, e suspendeu ordem do plantonista Rogério Favreto.
By Débora Melo
O presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª
Região), desembargador Thompson Flores, decidiu que a palavra final sobre a
soltura de Luiz Inácio Lula da Silva não será do desembargador plantonista
Rogério Favreto, e o ex-presidente não será solto neste domingo (8).
Flores entendeu que a competência é do relator da Operação
Lava Jato no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, que mais cedo
suspendeu a ordem de soltura expedida inicialmente por Favreto. O plantonista,
porém, insistiu que Lula deveria ser solto e emitiu nova ordem, agora derrubada
por Flores.
"Determino o retorno dos autos ao gabinete do
desembargador federal João Pedro Gebran Neto, bem como a manutenção da decisão
por ele proferida", decidiu Flores.
O presidente do TRF-4 disse que a ordem de soltura não
poderia ter sido tomada por um juiz de plantão, que não teria o poder de
revisar a decisão de um colegiado.
"Nesses termos, o eminente desembargador plantonista
não detém competência para a análise do pedido de habeas corpus",
escreveu.
Em janeiro, a 8ª Turma do TRF-4 manteve a condenação de Lula
no caso do tríplex em Guarujá (SP) e aumentou a pena para 12 anos e 1 mês de
prisão. O ex-presidente nega que tenha recebido o imóvel como propina e se diz
preso político.
Eleições 2018
Ao acatar o pedido de habeas corpus, o desembargador Favreto
considerou como fato novo a "condição de pré-candidato" de Lula nas
eleições 2018. Preso desde o dia 7 de abril na carceragem da Polícia Federal em
Curitiba, o ex-presidente figura como líder nas pesquisas de intenção de voto
para o Planalto.
Flores rebateu o argumento de que a pré-candidatura do
petista seja fato novo e afirmou que os fundamentos apresentados no habeas corpus
não diferem de outros pedidos já apresentados pela defesa e analisados pela
Justiça.
"Rigorosamente, a notícia da pré-candidatura eleitoral
do paciente é fato público e notório", argumentou o presidente do TRF-4.
"Intromissão arbitrária"
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, criticou a
decisão de Flores.
"É uma intromissão arbitrária do presidente de um
tribunal regional, que fez com que uma decisão judicial fosse
descumprida", disse Gleisi na noite deste domingo, em ato de apoio a Lula
no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).
A senadora também fez críticas à atuação da Polícia Federal.
"[Houve] conivência da Polícia Federal, um órgão
executivo. Essa conivência é uma barbaridade. Uma conivência para adiar
sucessivamente a decisão de soltura do presidente, para dar tempo às manobras
administrativas", afirmou.
Além do ato em São Bernardo do Campo, o domingo foi marcado
por uma vigília de petistas em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba.
Texto e imagens reproduzidos do site: huffpostbrasil.com
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