Sequência mostra homem correndo com criança e cinegrafista
húngara colocando o pé para derrubá-lo (Foto: Reuters/Marko Djurica).
A cinegrafista Petra Laszlo, de uma TV húngara, causou
indignação internacional ao chutar crianças refugiadas que tentavam escapar de
um bloqueio na fronteira com a Sérvia. Filiada a um partido radical que faz
campanha contra imigrantes, ela foi demitida (Foto: AFP/Index.hu).
Publicado originalmente no site G1, em 11/09/2015
Cinegrafista húngara que agrediu migrantes diz que entrou em
pânico
Petra Laszlo aparece em vídeo passando rasteira e chutando
migrantes.
'Quando assisto o vídeo hoje, não me reconheço', afirmou.
Da France Presse.
cinegrafista húngara que aparece em um vídeo chutando
migrantes que haviam acabado de atravessar a fronteira do país afirmou nesta
sexta-feira (11) que entrou em "pânico" e lamentou sua atitude.
"Quando assisto o vídeo hoje, não me reconheço. Lamento
sinceramente o que fiz, e assumo a responsabilidade", afirma a
cinegrafista Petra Laszlo em uma carta publicada no site do jornal húngaro
Magyar Nemzet.
"Entrei em pânico. Não sou uma cinegrafista racista e
sem coração", completa a mulher de 40 anos, que foi interrogada pela
polícia na quinta-feira como parte de uma investigação criminal aberta pela
justiça húngara.
As imagens de Petra Lazlo dando chutes nos migrantes e dando
uma rasteira em outros, incluindo crianças, provocaram repúdio na Hungria e no
exterior, no momento em que o país é criticado por sua atitude a respeito dos
migrantes.
O N1TV, canal de televisão ligado à extrema-direita para o
qual a cinegrafista trabalhava, anunciou sua demissão de maneira imediata por
comportamento "inaceitável".
"Estava filmando quando centenas de refugiados romperam
o cerco policial. Um deles tropeçou em mim e entrei em pânico", tenta
explicar na carta, em sua primeira reação pública.
"Como mãe, lamento que tenha sido uma criança a
esbarrar em mim, e que eu não tenha percebido", completa.
"Estou abalada com o que fiz, mas também com o que
fizeram comigo", acrescenta no texto.
Um "muro da vergonha" em una página do Facebook,
que inclui fotos, vídeos e comentários sobre o incidente, recebeu a adesão de
milhares de internautas.
"Não mereço esta caça às bruxas, nem as calúnias, nem
as ameaças de morte", afirma a jornalista.
"Sou apenas uma mulher, hoje mãe desempregada, com
filhos pequenos, que tomou uma decisão ruim em um momento de pânico".
Texto e imagens reproduzidas do site: g1.globo.com/mundo
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