Dalai Lama durante evento no templo Tsuglakhang,
em McLeod Ganj, Índia, neste domingo (21).
Foto: AFP/ Lobsang Wangyal.
em McLeod Ganj, Índia, neste domingo (21).
Foto: AFP/ Lobsang Wangyal.
Publicado originalmente no site g1.globo.com, em 21/06/2015.
Dalai Lama completa 80 anos com luta por Tibete estagnada
Líder espiritual afastou-se oficialmente da política em
2011.
Pequim o acusa, no entanto, de seguir lutando pela
independência do país.
Da AFP
Os tibetanos no exílio em Dharamsala (Índia) rezaram em
homenagem ao Dalai Lama, que completa 80 anos neste domingo (21), mas sem poder
festejar grandes avanços na luta pela independência do Tibete.
O exilado líder espiritual dos tibetanos participou nas
celebrações programada na cidade indiana em que vivem milhares de refugiados.
O Prêmio Nobel da Paz falou com companheiros de exílio e
algumas personalidades indianas na cidade do norte do país asiático em que mora
desde que fugiu do Tibete em 1959, após uma rebelião frustrada contra o regime
chinês.
"É um grande de encontro o que acontece aqui com 8.000
pessoas e autoridades do mundo inteiro que comparecem para participar neste dia
de celebração", declarou Tsering Wangchuk, porta-voz do governo no exílio,
à AFP.
Wangchuk explicou que o Dalai Lama abordou os temas da
responsabilidade universal e da compaixão em seu discurso. Depois, o líder
tibetano tomou café da manhã e as pessoas presentes assistiram a um espetáculo
de danças tradicionais, assim como uma oração especial em homenagem ao Dalai
Lama.
Afastado da política
O líder budista nasceu em 6 de julho, mas seu aniversário,
baseado no calendário lunar tibetano, é celebrado neste domingo. O Dalai Lama,
que se afastou oficialmente da política em 2011, defende atualmente uma
autonomia maior para o Tibete, ao invés de uma independência formal.
Pequim, que considera o Dalai Lama um inimigo, o acusa, no
entanto, de seguir lutando pela independência de seu país.
Além das orações deste domingo, o aniversário representa uma
oportunidade para fazer um balanço da luta do Dalai Lama. O Partido Comunista
da China (PCC) e seus emissários participaram em nove rodadas de conversações
entre 2002 e 2010, sem qualquer avanço considerável.
Com o envelhecimento do líder, muitos questionam o futuro do
movimento pró-Tibete.
"O que acontecerá depois de sua morte? Os tibetanos
dentro e fora da China tentarão encontrar um sucessor? Estas são as duas
principais perguntas", destaca Jayadeva Ranade, analista que vive em Nova
Délhi.
"O Dalai Lama é um exemplo poderoso do que significa a
compaixão, é uma fonte de inspiração que nos estimula a falar a favor da
liberdade e da dignidade de todos os seres humanos", afirmou o presidente
americano, Barack Obama, ao recebê-lo na Casa Branca em fevereiro.
O líder tibetano já mencionou em várias ocasiões que é possível
que não volte a existir o Dalai Lama depois dele. No ano passado, afirmou em
uma entrevista a um jornal alemão que poderia viver até os 113 anos, adiando
assim o tema de sua sucessão.
Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com
Texto e imagem reproduzidos do site:
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