Condessa à frente do 'Jornal do Brasil' (foto).
Publicado pelo Jornal do Brasil, em 8 de março de 2014.
O 'Jornal do Brasil' e as Mulheres.
Por Reinaldo Paes Barreto.
O JB sempre foi um jornal relevante. Por que? Porque sempre
foi pioneiro e inteligente (inter-legere: o que lê antes). Tanto assim, que foi
o primeiro jornal carioca a compreender o movimento de redefinição da Cidade,
traçado pela visão do prefeito Pereira Passos, e construiu a sua nova sede em
1908 -- a primeira data de sua fundação, em 1891, na rua Gonçalves Dias – no
plano mais visível da recém-inaugurada Avenida Central, por sua vez a artéria
de maior densidade cultural do país, naquele período. Era o mais moderno
edifício da América Latina, no quarteirão nobre da “avenida que vai de mar a
mar”!
Além disso, foi o primeiro periódico a criar conteúdos nunca
dantes editados:
- uma coluna de música
- uma seção sobre teatro e cinema
- uma coluna sobre Carnaval (coma letra das marchinhas)
- a primeira seção para histórias em quadrinhos
- a primeira coluna sobre turfe
- e a primeira seção feminina
Em 1995, foi o primeiro jornal do Brasil (!) a replicar a
sua edição impressa na internet.
E em 2010, o grande salto contemporâneo: o modelo
exclusivamente digital. A notícia não se esgota com a sua publicação: ela pode
ser constantemente atualizada pela informação complementar que inclui vídeos,
novos depoimentos e debates.
E o JB digital ampliou, assim, a fronteira que gerou a meta
de alcance do telefone celular: anytime, anywhere, anyone – em qualquer tempo,
em qualquer lugar, para qualquer pessoa.
A Mulher no 'Jornal do Brasil'
Pela primeira vez no mundo – muito provavelmente – uma
mulher sentou-se como profissional na redação de um jornal.
Foi no JB, em 1893. Essa jornalista chamava-se Clotilde
Doyle e assinava a coluna “mundo feminino” com o pseudônimo de Branca. Dava
conselhos para a vida cotidiana.
E pela primeira vez no mundo da imprensa, uma mulher – Maurina
Dunshee de Abranches Pereira Carneiro, a Condessa Pereira Carneiro, ou “a
Condessa” como todos a chamavam -- foi presidente e dirigente de um jornal. E
foi do JB durante 30 anos! Poderosa, recebia as mais importantes autoridades do
país, entre eles muitos presidentes.
Mas a redação, desde os anos 60, era um “apogeu de mulheres
na redação”. E embora a Condessa não atuasse diretamente na administração, ela
estava a par de tudo e apoiava fortemente esse desafio de transformar o JB em
um formador de quadros femininos.
E essas profissionais não gozavam de nenhuma regalia pelo
fato de serem mulheres: ao contrário, recebiam missões como ir aos aeroportos
de madrugada receber e entrevistar personalidade de interesse e, na sequência,
cobrir crimes e situações de conflito: quebra-quebras, freves, etc.
Por isso, e por todas as razões, o JB presta uma expressiva
homenagem à MULHER – sobretudo à brasileira e à mulher carioca em particular –
pela sua permanente capacidade de transformar a "existência feminina"
numa pequena obra de arte.
Foto e texto reproduzidos do site: jb.com.br
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