segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Cultura Musical no Rádio


Cabe ao bom radialista suprir as carências culturais e informativas de seus ouvintes, principalmente na área musical, que depois do jornalismo é a mais importante dentro da programação diária das emissoras de rádios AM e FM. A grande maioria dos ouvintes não conhece a história da música e muito menos sabem classificá-la por gêneros como: MPB, cancioneiro popular, sertaneja, chorinho, samba, rock, jazz, blues, jovem-guarda, instrumental, trilhas sonora e erudita. Um bom programa radiofônico que apresente músicas deve ter uma produção criteriosa, no intuito de poder apresentar melodias e canções selecionadas, a fim de formar uma cultura musical junto aos seus ouvintes. O bom radialista e apresentador de programas musicais têm por obrigação conhecer todo tipo de música, passando para seus ouvintes além do bom gosto musical, todas as informações. É importante que o ouvinte saiba a ficha técnica do LP/CD, como sua gravadora, ano em que foi produzida, compositor e cantor, fazendo com que fiquem situados no tempo em que a melodia ou canção foi elaborada, quando foi escrita a letra e quem foi seu primeiro intérprete. Além de contar fatos da época e biografia do cantor e compositor. Aqui em Aracaju temos dois radialistas que fazem muito bem esse trabalho e que aproveito para elogiar a ambos, e prestar a minha homenagem e agradecimento, pois sempre estou aprendendo com eles, são: ARÍ NOGUEIRA com o programa “Discoteca da Saudade”, todas as sextas feiras das 20 a 24 horas, na Rádio Aperipê AM. O programa é dedicado ao resgate da música do passado, a música de seresta. Os ouvintes ligam para o programa, batem papo com o apresentador e solicitam as músicas do cancioneiro popular de sua preferência. Desfilam nas quatro horas de programa, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Aguinaldo Rayol, Aguinaldo Timóteo e muitos outros. São canções que fizeram sucessos nas décadas de 40/50 e eram a trilha sonora da vida de nossos avós, pais e que deixaram muita saudade. O Arí antes de executar a música, faz um pequeno relato da vida do cantor e compositor. Já o Prof. LUDWIG OLIVEIRA, que tem três programas na Rádio Jornal de Sergipe,  muito se preocupa com a cultura musical de seus ouvintes, informando tudo do interprete e compositor, além de citar fatos curiosos ligados a época da gravação. Aos sábados a partir das 20 horas apresenta “Os Reis do iê, iê, iê” onde resgata as músicas da “Jovem Guarda”, décadas de 60/70 e “Dobradinha de Sucessos” apresentando musicas de todas as épocas e nacionalidades. Aos domingos pela manhã, a partir das 10 horas é a vez do “Bom Domingo”, onde ele interage com os ouvintes, analisando em profundidade interpretação e orquestração das músicas executadas, fazendo um apanhado histórico das composições. É um programa musico/cultural com diversos quadros, como  “O País e Sua Música”. A noite, a partir das 22 horas é a vez da música orquestrada e instrumental, sempre comentada quando da sua execução, é o “Temas Inesquecíveis”. Estes são momentos do rádio que acrescentam conhecimentos e prazer. Ponto para o Rádio, essa mídia que vem se reinventando.

Armando Maynard

4 comentários:

  1. O rádio tem a sua magia. Meu pai, quando mocinho aprensentava Agnaldo Timóteo e Clara Nunes, aspirantes a cantores, em seu programa. Ele era um garoto e os aspirantes eram ilustres desconhecidos. Ele tem uma imensa coleção de vinil, com mais de 60 anos, daqueles espessos que só tocam em radiolas e com rotação diferente. Coisas que só quem gosta entende... Hoje tudo é moderno, acho que sou romântica mas acho que o fato de não ter tanta ajuda e ter que se fazer tudo, até efeitos especiais na raça é muito mais interessante. O rádio precisa se reinventar, como tudo, mas não se pode esquecer do que foi.
    Beijo.

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  2. Que bom, Armando.
    Vivo numa cidade entre montanhas e só dá acesso a rádios locais que em maioria ou são de fofocas ou de religião.
    Tenho que gastar em CDs.
    1 abraço prá ti.

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  3. Música é cultura! é muito importante saber sobre as músicas mais antigas, por que elas juntamente com os compositores fizeram a história do Brasil.
    É sim o trabalho da rádio proporcionar esse tipo de informação aos ouvintes. Eu gosto muito de rádio e ouço, mas não encontrei ainda programas que informem os detalhes sobre as músicas brasileira.
    adorei o post!

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  4. Armando, grato por seguir o Poemas e Crônicas, será recíproco. Ex-radialista de ondas curtas, rendo-lhe minhas homenagens.
    Forte abraço.

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