Na foto em destaque, Ariano Suassuna deitado no chão do
aeroporto,
esperando chegar a hora do voo.
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G1 - 23/07/2014.
Morre, aos 87 anos, Ariano Suassuna em Recife.
Escritor estava em casa com a família na última
segunda-feira, quando sentiu uma dor de cabeça muito forte e foi socorrido.
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Biografia:
Sexto ocupante da Cadeira nº 32, eleito em 3 de agosto de 1989,
na sucessão de Genolino Amado e recebido em 9 de agosto de 1990 pelo Acadêmico
Marcos Vinicios Vilaça. Faleceu no dia 23 de julho de 2014, no Recife, aos 87
anos.
Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves,
hoje João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João
Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa
a morar no sertão, na Fazenda Acauhan.
Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos
políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de
1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela
primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de
“improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em
1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano e no Colégio Osvaldo Cruz.
No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba
Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947,
escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam
as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do
Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o
Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença
pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou
a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife.
Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade
teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e
o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria
considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno
teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de
Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a
sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O
Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da
Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival
Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o
Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça
(1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua
bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na
UFPe. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha
Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em
1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967);
nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão
Cultural da UFPe (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em
Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no
conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes
expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse
juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o
concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma
exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de
Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção,
publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta
(1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça
Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte (PE), onde
ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar
livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada,
dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras
são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do
município.
Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris
Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um
documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por
Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
Fonte Biografia: academia.org.br/abl/cgi
Informação e fotos: g1.globo.com/
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