terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vai Começar a Sessão do Cine Palace de Aracaju

RITUAL MÁGICO E SAUDOSO DO INÍCIO DA SESSÃO NO CINE PALACE, NOS ANOS 60, EM ARACAJU-SE.

Ao som do prefixo musical "Ebb Tide" (Maré Baixa), algumas luzes da sala diminuiam a sua luminosidade gradativamente e outras, apagavam-se, permanecendo somente a tela iluminada com as luzes brancas. Soavam então, as três badaladas do gongo eletrônico. Todos ficavam em silêncio e, no palco, começava o jogo de luzes: para cada badalada, acendiam-se, dos dois lados do pequeno palco, fachos de luz nas cores verde, azul e, por último, vermelha, que iluminavam toda a tela. Havia uma fileira de lâmpadas, também vermelhas, na frente da mesma. Iniciava-se a projeção : primeiro, o Cine-Jornal. Lentamente, a cortina motorizada (acionada pelo projecionista na cabine), abria-se, de forma a permitir a projeção do Jornal. Já se podia visualizar, na tela, o Certificado de Censura. Só nesse momento, apagavam-se as luzes vermelhas, e a música do prefixo silenciava. Após a exibição dos traillers, quando do início do filme, abria-se mais a cortina, de acordo com o formato do mesmo: vistavision (adaptado) ou cinemascope. A abertura do ascope era feita lentamente, abrindo a lente aos poucos até ocupar toda a tela. Quando o filme dava mostras de que já ia terminar, e antes de surgir na tela o The End, as luzes vermelhas voltavam a ficar acesas, seguidas das luzes brancas do palco, e, finalmente, toda a sala ficava iluminada, quando a cortina fechava-se, lentamente, ao som da música Afrikaan Beat.
Armando Maynard

2 comentários:

  1. Amigo Maynard,
    vivenciei este ritual tantas vezes... Já até escrevi sobre isso. Ainda sou fascinado por cinema, mas não vejo as pessoas se comportando hoje como se comportavam naquela época. Muita coisa mudou para pior, infelizmente. mas ainda guardo na lembrança a cortina abrindo depois do gongo, o cinejornal, o Canal 100 e os dois filmes da sessão dupla.
    Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

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  2. Rapaz, realmente era mesmo um ritual mágico! Muito bem descrito por você, Armando! Mesmo depois de tanto tempo, você se lembra dos mínimos detalhes e nos oferece uma visão perfeita de como eram as grandes salas de cinema!
    Aquele abraço!

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