quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Rádio Sergipano (1)

O rádio surgiu em Sergipe em 1939, com a Rádio Aperipê, que depois passou a se chamar Rádio Difusora. Anos depois voltou a ser Rádio Aperipê. Em conversa com Carlos Lúcio Menezes, jornalista sergipano, hoje radicado em Brasília e que já militou no rádio da nossa terra, o mesmo falou-me, sobre a época em que trabalhava na rádio Aperipê, relatando dois fatos curiosos: em seu primeiro contato com a emissora, em 1942, no programa de calouros de Alfredo Gomes, com o Conjunto Regional de Carnera, Carlos Lúcio disse ”Tentei cantar música ‘A Mulher do Leiteiro’. O gongo soou, quando entrei na segunda estrofe: ‘(...) e o leiteiro, coitado...’ Não tinha rítimo nem melodia. Foi o ‘To Te Ajeitando’ (um pobre vendedor de bilhetes de loteria), quem bateu o gongo, com toda a força. Naquele tempo existiam grandes cantores sergipanos: João Melo, Pedrinho, João Lopes e a cantora Guaracy Leite França, que destacava a música ‘Aracaju, Cidade que Papai Noel Ofereceu para Orgulho do Brasil’. Outro fato que aconteceu, por volta de 1950, quando eu atravessava o Rio Sergipe para a Barra dos Coqueiros, na última canoa. Lá, namorava Celina, até as 21 horas. Para retornar, fretava a pequena canoa ‘Cabo Oscar’. Eu tinha de estar na Rádio Difusora de Sergipe (Aperipê), PRJ-6, para apresentar o programa ‘Boa Noite Para Você’, das 22 horas a meia noite. Um dia, o mar agitado afundou a canoa, perto da margem de Aracaju. Nadei e cheguei na rádio encharcado. Como naquela hora nunca aparecia ninguém por lá, além do operador de som (chamavam de sonoplasta), resolvi por a roupa molhada para secar e fui usar o microfone do palco, que por sorte estava com a cortina fechada. A certa altura do programa, ouvi rumores no auditório e fiz sinal para executar a música anunciada. Fui até a cortina e abri um pedacinho para ver o que provoca aquele ruído. Vi, então, Augusto Luz (considerado o dono da rádio) e Cláudio Silva (Diretor Técnico), com dois casais que visitavam as instalações da rádio-emissora. Corri e me vestir a tempo de não ser surpreendido. Aliás, acho que a maior surpresa seria a deles, ao abrirem a cortina do palco e encontrarem o locutor completamente pelado, lendo poesias e dizendo frases românticas aos ouvintes altas horas da noite”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário